Caminhando, perdi-me olhando para os pés ansiando olhar para a frente. Eu estava com mais medo das pedras que do caminho, e com desvios, vivi. Eu mesmo me desnorteei, pensando que encontraria graça em risos alheios. Entretanto o riso era de mim, não pra mim.
Então me camuflei.
Sofri.
O amanhã, o depois, depois, depois e depois são sempre as mesmas coisas. O mundo me zomba, eu rio... é meu disfarce. E sozinho choro duas vezes.
A primeira é por ter rido de mim mesmo enquanto segurava o choro.
A segunda é por terem rido de mim.
Logo me desprezo.
Lavo meu rosto com lágrimas. Tento me abraçar, sem sucesso. Frustrado por ser eu mesmo meu único amigo, pergunto-me: por que não posso abraçar meu melhor amigo?
Um sopro de realidade se choca contra a minha cara. Saio eu pela porta, então, sorrindo pro mundo enquanto sofro pra mim.